“O que acontece é que o homem, voltando a Freud e usando uma metáfora, é como uma lâmpada: esquenta num instante e em seguida esfria num instante. A fêmea, porém, e isso é ciência pura, esquenta como um ferro de passar, entende? Pouco a pouco, a fogo lento, como a boa escudella. Mas depois, quando acumula calor, não há quem a detenha. Como os grandes fornos de Viscaya.”
“Porque não estou com pressa, sabe? A espera aumenta o desejo. Tem uns bobalhões por aí que acham que, se põe a mão na bunda de uma mulher e ela não reclama, já está no papo. Aprendizes. O coração de uma mulher é um labirinto de sutilezas que desafia a mente do homem trapaceiro. Para realmente possuir uma mulher, é preciso pensar como ela, e a primeira coisa a fazer é ganhar sua alma. O resto, o doce e fofo embrulho que nos faz perder os sentidos e a virtude, vem por acréscimo.”
